quarta-feira, 25 de maio de 2011

Obras-Primas Perdidas...Fanboys


     Quem me conhece há mais de 10 anos sabe o quanto a saga Star Wars foi importante para mim durante a minha adolescência. Qualquer revista, jornal ou programa de TV cujo assunto fosse a saga criada por George Lucas me interessava, também não foram poucas as vezes  que eu discuti com pessoas por conta dos filmes da série (inclusive em uma festa rsrsrs) e até mesmo já utilizei os temas abordados nos filmes como mote de apresentações escolares, ou seja, eu era um fanático. Sendo assim nada mais normal que apreciar um filme, cujos eventos ocorrem no ano de 1998, em que um grupo de amigos fãs da saga resolve invadir o Rancho Skywalker com o intuito de roubar uma cópia de "Star Wars-Episódio I- A Ameaça Fantasma" para que um deles,com câncer terminal, veja o filme antes de morrer , trata-se do excelente e menosprezado Fanboys (idem,2008) dirigido por Kyle Newman.
     Eric Botler ( Sam Huntington), Linus (Chris Marquette), Windows ( Jay Baruchel ), Hutch (Dan Fogler) e Zoe (Kristen Bell) atravessam o país em um furgão equipado parecendo uma nave para chegar até a sede da empresa de George Lucas em San Francisco, California. Como todo road-movie que se preze o caminho será tortuoso e extremamente engraçado. Fãs de Star Trek, cafetões irados, bloggers, a polícia e problemas mecânicos são apenas alguns dos percalços que o grupo deve enfrentar.

     Além de situações hilárias o filme conta com participações especiais de diversos comediantes consagrados ( Will Forte, Seth Rogen, Craig Robinson, Kevin Smith, Jason Mewes etc.) e atores do elenco de Star Wars como Carrie Fischer e Billy Dee Willians. Outros destaques são: a edição de som que utiliza diversos "ruídos" (sabres de luz, naves e por aí vai) da saga intergaláctica em várias cenas e o visual que por vezes emula os filmes da trilogia clássica.

     O grande trunfo do roteiro é dosar bem as medidas de comédia e drama, ou seja, é engraçado na medida certa sem exageros, mas caricato de uma maneira sútil e não é piegas ao tratar da doença de Linus além de conter em seu subtexto uma interessante discussão sobre a passagem para  a vida adulta através de personagens carismáticos e bem interpretados. Para os fãs de Star Wars, Fanboys é um filme especial pois capta bem a essência das pessoas que por diversas razões amam essas obras e presta uma bela homenagem não só ao trabalho de George Lucas mas a cada um dos nerds que um dia já brincaram de ser jedi e é claro eu não poderia encerrar este post de outra maneira que não fosse dizendo: "Que a Força esteja com você."

segunda-feira, 23 de maio de 2011

O Mito da Caverna, na sociedade e no cinema.

     Presente no livro VII de "A República", o Mito da Caverna escrito por Platão permanece atual mesmo depois de séculos que foi concebido, além de gerar discussões, diversas interpretações e  mesmo com um mote  aparentemente simples essa história nos faz refletir sobre o mundo que vivemos. Imaginemos pessoas acorrentadas desde seu nascimento à rochas dentro de uma caverna e com um raio de visão limitado à uma parede dessa caverna. A única coisa que essas pessoas vislumbram (ou seja seu conceito sobre o mundo) em seu confinamento são sombras projetadas na supracitada parede. Quando uma dessas pessoas é libertada de seu cárcere e tem a chance de conhecer tudo o que está fora da caverna tal indivíduo não irá acreditar em nada que lhe será dito apenas naquilo que via nas cavernas e entende como o mundo. O que pode libertar a mente dessa pessoa quando este passar e explorar o exterior da caverna é o conhecimento. 
     O conhecimento pode desmistificar os conceitos do indivíduo outrora acorrentado e lhe mostrar que aquelas sombras não passavam de uma ilusão. Contextualizando O Mito da Caverna para a sociedade contemporânea existem várias instituições- como religião ou meios de comunicação em massa somente para citar alguns exemplos- que limitam o potencial de absorção de conhecimento da maioria das pessoas que assim como os personagens da obra de Platão irão rechaçar qualquer conceito diferente daquele em que acreditam. O conhecimento que segundo Platão é essencial para a evolução das pessoas faz parte de um complexo mundo denominado intangível ou metafísico ( do grego meta = além e physis = físico, ou seja o mundo além do que é físico), sendo o mundo tangível abrangido por tudo aquilo que podemos tocar, cheirar etc. e acredito que a  simbiose entre estes dois mundos resulte em nosso cotidiano.
    Como um simples exemplo imagine uma cadeira, agora imagine que você mova essa cadeira feita de madeira de um ponto denominado A até um ponto denominado B. Até mesmo este simples ato nos mostra a combinação entre o mundo tangível e o intangível, explica-se: a cadeira é feita de madeira e ao tocá-la, ao movê-la isso acontece no mundo físico e para que isso aconteça é necessário que a pessoa pense, tenha a idéia de mover a cadeira e antes disso foi necessário que essa cadeira fosse fabricada e a idéia de fazê-la partiu de um propósito oriundo de um mundo que não pode ser tocado mas que se expressa quando movemos o objeto. Os propósitos, as idéias precisam ser expressos no mundo físico e este por sua vez precisa do mundo intangível para que não tomado por um total imobilismo. 

Matrix e A Origem-Entrando na caverna

     Além de vertiginosas e empolgantes cenas de ação os filmes Matrix (idem, 1999) e A Origem (Inception, 2010) possuem em seus excelentes e elaborados enredos várias citações à filosofia mas o que acredito serem os temas principais dessas obras remete até O Mito da Caverna.
    No filme de 1999, a humanidade encontra-se escravizada por máquinas dotadas de inteligência artificial (desenvolvida por homens) e essa inteligência se desenvolveu em um nível tão extremo que as máquinas se tornam capazes de simular um mundo virtual que os seres humanos ( presos através de uma espécie de hibernação constante muito semelhante às correntes na caverna descrita por Platão) consideram real. Somente "O Escolhido" , ou seja, uma figura messiânica representada por Neo (Keanu Reeves) pode conscientizar a humanidade e por um fim à guerra contra as máquinas. Entretanto com as mentes presas à Matrix os seres humanos tendem a se tornar protetores do que acreditam ser sua realidade pois não possuem o conhecimento da situação em que se encontram, voltando-se contra uma pequena parcela da humanidade que sabe exatamente o que está acontecendo .
     Já no filme de 2010, escrito e dirigido por Chistopher Nolan desde o princípio o personagem Dom Cobb (Leonardo Di Caprio) enfatiza o poder de uma idéia dizendo que trata-se do mais poderoso dos parasitas, que uma vez que uma idéia toma conta de uma mente é quase impossível erradicá-la. São as idéias que impulsionam Cobb, seja roubando-as ou tentando inserir uma nova na mente de Robert Fischer (Cillian Murphy) o trabalho dele baseia-se em invadir sonhos, também parte do mundo intangível, para que as atitudes sejam tomadas no mundo real. O protagonista enfatiza que idéias podem definir ou destruir (caso de sua esposa Mal, interpretada por Marion Cotillard) uma pessoa pois conhece a fundo as implicações que as mesmas tem sobre os atos dos seres humanos. Além dos fatores acima listados os filmes também apresentam similaridades no que diz respeito à separação de corpo e mente e ambos pregam que um não existe sem o outro.
     O que escrevi acima demonstra um pouco do que penso sobre o mito da caverna e suas influências mas cabe a cada pessoa interpretar a obra de Platão a seu modo. A grande questão é: as pessoas presas na caverna seriam mais felizes vivendo fora dela?

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Linear Notes-E o novo chefe é...?

     Mesmo com boas piadas a cada episódio já faz algum tempo que a série "The Office" caiu na mesmice pois os personagens encontravam-se deslocados em tramas que não exploravam a plenitude do potencial cômico de cada um dos funcionários da Dunder Mifflin. Mas tudo mudou quando o chefe Michael Scott (Steve Carrel) anunciou que iria se mudar para outro estado para viver com sua alma gêmea Holly Flax (Amy Ryan). Com o fim do contrato de Steve Carrel a principal questão levantada foi: quem será o novo Gerente Regional de Scranton?
     Antes de responder a essa pergunta era preciso que "O Melhor Chefe do Mundo" (mesmo sendo idiota e arrogante ele é uma boa pessoa e um negociador competente)  tivesse um fim digno depois de tanto tempo na empresa e o 22° episódio da sétima temporada cuidou muito bem disso. Engraçado e emocionante "Goodbye Michael" deu ao público a chance de ver Michael se despedindo de cada um de seus colegas ( as cenas com Dwight e Jim são sensacionais) e como de costume criando situações divertidas.

That's what she said.

     A princípio tudo indicava que a vaga ficaria com DeAngelo Vickers, mas a participação de seu interprete Will Ferrel estava programada para apenas 4 episódios, e depois de um grave ( e engraçado) acidente foi a vez de Vickers deixar o cargo de gerente da empresa. Na seqüência desses eventos coube a Dwight assumir temporariamente a função de gerente, mas após mostrar que é incapaz de fazê-lo de maneira segura (rsrsrsrsrsrsrs) a proprietária da empresa Jo (Kathy Bates) criou uma comissão para escolher um novo chefe e enquanto a comissão não conclui seus trabalhos a empresa será gerenciada pelo funcionário mais experiente, ou seja,o demente Creed Braton.
     No season finale chamado "Search Committtee", com 1 hora de duração, que será exibido esta noite Jim, Toby e Gabe irão entrevistar os candidatos Fred Henry ( Will Arnett), Merv Bronte (Ray Romano), Robert California (James Spader), Nellie Bertrum (Catherine Tate) um personagem que desconheço o nome interpretado por Jim Carrey e até David Brent ( protagonista da versão inglesa e interpretado por Rick Gervais). Tudo indica que Catherine Tate ficará com o lugar de Steve Carrel, o que particularmente acho interessante pois isso pode criar uma dinâmica feminista na série e gerar boas piadas principalmente com  Dwight.




     Independente de quem assumir o lugar fico feliz pois essa mudança até agora gerou bons episódios e sei que os fãs podem se acostumar com a ausência de Carrel pois a série trata das relações das pessoas em seu local de trabalho.Acredito que com inteligência e explorando as habilidades do elenco os roteiristas podem fazer com que "The Office" se renove de uma maneira com que sua qualidade não decaia na próxima temporada.