sábado, 27 de agosto de 2011

Era Uma Vez no Oeste

 
     Depois de recriar o combalido gênero do faroeste com a "Trilogia dos Dólares" (composta por Por um Punhado de Dólares, de 1964, Por uns Dólares a Mais, de 1965 e Três Homens em Conflito, de 1966), e consequentemente renovar o interesse pelas histórias de cowboys, o diretor italiano Sergio Leone concebeu no ano de 1968 o que muitos consideram sua obra-prima, o excelente Era Uma Vez no Oeste.
     Charles Bronson é Harmonica, um personagem muito similar ao Homem Sem Nome interpretado por Clint Eastwood na Trilogia dos Dólares, e busca vingança contra Frank ( o excelente Henry Fonda) um bandido que trabalha para o inescrupuloso empresário Morton ( Gabrielle Ferzetti). Paralelamente o filme apresenta a viúva- e ex-prostituta- Jill McBain (Claudia Cardinalle) e o carismático fora-da-lei Cheyenne (Jason Robards). Quando os caminhos desses personagens se cruzam a história se torna um interessante retrato do chamado velho-oeste ante a chegada do progresso, em um contexto muito bem apresentado através de um trem, e o comportamento de homens à margem da lei diante dessas mudanças.
     O maior mérito de Era Uma Vez no Oeste é o modo como Leone combinou os elementos cinematográficos (desde o roteiro passando pela fotografia e edição de som tudo é muito bem feito) e obteve um resultado final magnífico. O roteiro desenvolve bem os personagens e o ritmo lento não é sinal de um filme parado mas sim de um bom desenvolvimento uma vez que cada acontecimento crucial da trama é precedido por cenas que geram uma grande expectativa em quem assiste o filme. Esse aspecto é muito bem demonstrado no antológico duelo final onde só depois de 2 horas e 28 minutos descobre-se o que motiva a vingança de Harmonica.  
     O elenco também está excelente ( com destaque para a bela Claudia Cardinalle que esbanja sensualidade e infelizmente se negou a mostrar os seios em uma cena do filme) e a câmera de Leone sabe captar cada expressão dos atores que brilhantemente executam as nuances de seus personagens. A música de Ennio Morricone também se destaca pois ajuda a compor o clima certo para todas as cenas.
     Mais do que um marco do faroeste Era Uma Vez no Oeste é uma referência na história do cinema pois diverte com seus diálogos e cenas de ação mas também emociona por humanizar os personagens em uma terra sem lei onde só os mais fortes , e rápidos, sobreviviam.

P.S: Por problemas técnicos ainda não foi possível inserir as imagens para ilustrar este post.