terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Linear Notes-Semana Cheia...

     Bom dia caros leitores, a semana passada foi cheia e cansativa mas rendeu bons assuntos pro blog. O fato mais inusitado foi um suicida que tive que ajudar convencendo-o a não pular de uma ponte perto de minha casa, o mais engraçado era que eu estava a caminho de uma festa, festa essa que estava relutando em não comparecer, por estar muito cansado. Vi muita tristeza nos olhos daquele homem mas o convenci que suicídio não era solução pra nada e recebi ajuda do proprietário de um bar e de um policial, os quais agradeço muito e torço para que aquele homem (que pelo que eu soube está internado desde aquele dia) se recupere e viva bem daqui pra frente.
     Também na semana passada consegui uma vitória junto ao prefeito e esta vitória irá beneficiar não só a mim mas vários funcionários do setor de educação de minha cidade. Fui escolhido o representante de meus colegas e agradeço a todos pela confiança em mim depositada. Devemos comemorar nossa vitória ( trabalhar 6 horas ao invés de 8) e cumprir nosso dever junto à população de São José do Rio Pardo, prestando um serviço de qualidade aos alunos do nosso sistema educacional.  
     Para fechar a semana tive minha última consulta do ano com o melhor médico de S. J. do Rio Pardo, o Dr. Teixeira,  e além de me ajudar muito nos últimos meses minha consultas se transformavam em bates papos inteligentes que me fizeram lutar para  alcançar o máximo de meu potencial . Agradeço por todas as orientações e aproveito uma sugestão de tão brilhante médico para fazer um questionamento levantado por ele: "Qual a diferença entre remédio e veneno?" A quantidade.
     Desde o princípio dos tempos o homem se utiliza de substâncias que alteram sua percepção, muitos se aproveitam do efeito de tais substâncias e criam coisas benéficas como, por exemplo, obras artísticas mas devemos saber nos controlar pois o excesso nos leva a situações extremas que podem ter graves conseqüências.
     Enfim 2010, foi um ano de altos e baixos, mas foi um ano em que pude dar passos além e vislumbrar como a vida pode ser boa, agradeço minha família, minha namorada, meus amigos/colaboradores e a meus poucos mas fiéis leitores que opinaram sobre minhas idéias e debateram comigo neste blog modesto mas feito  com muito cuidado e carinho somente para expressar idéias.Obrigado a todos e boas férias.        

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Andy Kaufman


     O que motiva um(a) humorista? disposto a levar alegria ao seu público,quem pratica o humor se veste de mulher (quando já não é uma, afinal existem muitas mulheres engraçadas), recebe volumosas tortadas na cara, leva chutes na bunda, por vezes se deprecia abdicando de sua "honra" e de sua "dignidade", somente para citar alguns exemplos, e tudo isso para proporcionar o riso à sua platéia. Como todo artista que se preze o papel de um humorista é despertar emoções no público, fazendo com que durante aquele breve momento de sua apresentação o único foco do espectador sejam as peripécias burlescas desenvolvidas pelo humorista. Muitos apenas fazem o básico, e até que são divertidos, mas outros vão além e com o passar do tempo ganham notoriedade a ponto de serem reconhecidos como gênios. O americano Andy Kaufman era um desses gênios mas...quem era esse cara?

     Mesmo hoje, 26 anos após sua morte, é extremamente difícil responder a essa pergunta. Kaufman era um vanguardista naquilo que fazia e na época em que ele estava vivo poucos perceberam isso. Parte relevante de sua inusitada e brilhante história está retratada no filme " O Mundo de Andy" ( Man on the Moon,1999), dirigido por Milos Forman e protagonizado por Jim Carrey nesta obra conhecemos a trajetória que levou o nome de Kaufman ao estrelato. Desde criança as tendências artísticas de Kaufman eram evidentes pois ele fazia pequenos shows para os membros de sua família. Já adulto e fazendo stan-up Andy foi descoberto pelo empresário George Shapiro (Danny de Vitto) e  ficou famoso ao interpretar o mecânico Latka na série "Taxi" transmitida pela ABC. Kaufman, dono de um visual peculiar marcado pelo cabelo e os olhos de um lunático, surpreendia a todos com suas performances que, descobria-se depois, não passavam de encenação. Brigas em programas ao vivo, personagens bizarros ( o melhor deles o cantor grosseiro Tony Clifton), lutas com mulheres e pegadinhas históricas faziam parte do repertório do artista, que passou a ser odiado por muitas pessoas que não sabiam distinguir suas farsas da realidade.
     Um dos momentos mais brilhantes do filme retrata o combate de luta-livre em que Andy Kaufman enfrentou o campeão Jerry Lawler. Kaufman insulta Lawler e seus conterrâneos da cidade de Memphis chamando-os de imundos e "apresentando" a todos artigos como sabonete e papel higiênico. O irado Lawler aplica golpes que lesionam o pescoço de Kaufman, prosseguindo o filme vemos que se tratava de mais uma armação e que Lawler era mais um dos comparsas de Kaufman, mas a catarse que o público ofendido obteve acreditando na lesão de Andy evidencia o conceito sobre o qual discorri no primeiro parágrafo deste post e mostra que as intenções do humorista eram mais amplas que o simples riso.
     O próprio Kaufman não se dizia um humorista (mas suas performances nos mostram o contrário) e sua conturbada e enigmática personalidade está bem retratada no filme de 1999. A relação com a família, os amigos, a namorada e seus cúmplices mostra que Andy era um homem diferente, que nunca expôs suas reais motivações mas  tencionava se tornar um grande artista. Com uma ótima interpretação de Jim Carrey conhecemos um pouco mais esse controverso personagem, rimos, nos emocionamos com sua prematura morte conseqüência de um câncer no pulmão ( os amigos e a família chegaram a pensar que a doença era mais uma de suas armações)  e chegamos a conclusão que o humorista é uma pessoa com um diferencial que no fim das contas não precisamos compreender, apenas apreciar.
     

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Linear Notes- A marca histórica de Tropa De Elite 2


     Após 9 semanas de exibição, o filme "Tropa De Elite 2- O Inimigo Agora é Outro" atingiu a impressionante marca de 10.736.995 ingressos vendidos e se tornou o filme mais visto da história do cinema nacional. O recorde anterior era de  10.735.524 e pertencia ao filme "Dona Flor e seus Dois Maridos lançado no ano de 1976. Entretanto vale lembrar que não existem dados confiáveis referentes ao público dos filmes nacionais lançados antes de 1970 ( alguns acreditam que os filmes de Mazzaropi tenham alcançado um público maior) mas isso não tira os méritos do filme que dá continuidade a saga do policial Roberto Nascimento em sua luta contra a corrupção.
     A marca histórica de "Tropa De Elite 2..." foi alcançada ontem, 07 de dezembro de 2010, e o mais impressionante desse fenômeno cultural é que a obra possuí diversas similaridades com os acontecimentos recentes ocorridos na cidade do Rio de Janeiro. Chefe de ONG negociando a rendição de traficantes e ações do BOPE para expulsar bandidos das favelas são as principais semelhanças do filme com a operação que tinha por objetivo destituir os comandos criminosos da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão e que, depois de vários dias de combate, obteve êxito.
     Muitas pessoas se manifestaram em redes sociais dizendo que os fatos ocorridos  no Rio de Janeiro foram um reflexo dos acontecimentos relatados no filme. Discordo desse pensamento por acreditar que uma operação de tão ampla magnitude demande muito tempo e planejamento pra ser executada e o fato dela acontecer quase que simultaneamente à chegada do filme aos cinemas seja apenas uma coincidência.
     O tom realista com que o filme de José Padilha trata de um tema tão relevante para a sociedade contemporânea, o fato de ter como protagonista um homem de princípios que luta pela verdade e pela justiça são os aspectos responsáveis pelo sucesso do filme e transformaram Nascimento ( interpretação impecável de Wagner Moura) em um herói nacional, o que é muito importante pra inspirar as pessoas em um país sempre assolado por escândalos de corrupção. 
     Gostaria de dar os parabéns a todos os envolvidos no projeto pela façanha e ao governo do estado do Rio de Janeiro que resolveu tomar decisões coerentes e eficientes contra  as ações criminosas dos traficantes.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Dizem Que Nenhum Homem é Uma Ilha

Perdidos, Afinal...
  
     Como definir "Lost"? No ano de 2004 era muito difícil responder a essa pergunta se pensarmos em toda sua complexidade e a força de suas histórias (que misturavam ficção-científica, ação, terror, comédia, filosofia, religião e drama) além de serem cercadas por muitos mistérios, mistérios estes que só cresceram no decorrer de suas 6 temporadas. Na verdade "Lost" revelou-se bem simples e agora, depois de seu final, é possível constatar que  tratou-se de  uma série inovadora que nos mostrou a jornada de pessoas diferentes, que se uniram e estavam destinadas a trilhar o mesmo caminho. 
     A jornada dessas pessoas começa quando o voô 815 da empresa Oceanic, que partiu de Sydney e tinha Los Angeles como destino, é abruptamente interrompido pela queda do avião. Os sobreviventes se organizam na ilha em que a aeronave caiu enquanto aguardam o resgate, mas aos poucos começam a se dar conta de que o socorro talvez nunca chegue e que a ilha, que agora são forçados a habitar, esconde nativos hostis e muitos segredos. A cada episódio era contada parte da história de um dos personagens fora da ilha: seu passado, seu futuro, como chegaram até aquele ponto, o que aconteceria se saíssem de lá e como seriam suas vidas se o avião nunca tivesse caído.
     Com um elenco talentoso e multi-racial (brancos, negros, coreanos, ingleses, etc), histórias inteligentes e bem escritas "Lost" desenvolvia seus personagens, ao mesmo tempo em que revelava alguns mistérios de sua mitologia e lançava muitos outros no ar. A série foi revolucionária não apenas pelos enredos interessantes, que prendiam a atenção dos fãs, mas também pela mobilização dos mesmos utilizando a grande ferramenta de  comunicação da década, a Internet. Diversas eram as teorias sobre os mistérios da ilha, a interação e troca de idéias, as equipes que passavam a madrugada toda fazendo legendas e disponibilizando os episódios para download. O poder dessa ferramenta era tão grande que os produtores criaram  conteúdos exclusivos para a Internet e esse material estava interligado aos episódios.
"...see you in another life, brother."
  
     O final de "Lost" até hoje divide opiniões, existem os que amam e os que odeiam. Os detratores de "The End", partes 1 e 2, alegam que foram enganados pelos produtores, que por 6 temporadas permearam os episódios de dúvidas e no fim pouco se explicou. Em parte estão certos pois muitas questões não foram elucidadas. Entretanto tudo depende do modo que se acompanha a série.
     Ursos polares em ilhas tropicais, monstro de fumaça preta, números misteriosos, estátuas com 4 dedos e inúmeras outras questões foram apresentadas no decorrer das temporadas e somente algumas foram esclarecidas. Acredito que os produtores deixaram os mistérios para que cada um resolva a sua maneira, ou seja, utilizando o próprio raciocínio e não absorvendo as informações de maneira "mastigada" e isso irritou muitas pessoas.
      Mas analisando todo o desenvolvimento de personagens pode-se concluir que os produtores levaram ao público um dos melhores finais de séries de todos os tempos. Emocionante e revelador quanto ao destino dos protagonistas, o fim do seriado realça os dramas relatados desde o princípio e redime cada um dos personagens, propiciando a eles a oportunidade de evoluir, resolvendo as pendências que lhes trouxeram sofrimento durante a vida. 
     Por muitos anos o legado de "Lost" irá perdurar, pois todas as emoções sentidas por seus fãs foram intensas e esse tipo de sentimento só é proporcionado por histórias humanas que geram empatia junto ao público e são bem contadas. A mensagem de esperança e redenção encerrou de maneira linda uma história memorável, seja por seus mistérios, o carisma de seus personagens e o amor que os unia ou suas frases icônicas "Lost" fez história na TV e definiu novas maneiras de entrar em contato com o público, algo primordial em uma era em que a informação é tão rápida e abundante.