quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

They're all wasted!


     Em 1968, o cineasta George Romero revolucionou drasticamante as histórias de zumbis ao conceber o filme "A Noite dos Mortos-Vivos". Por conter elementos que na época eram inovadores às histórias dos mortos-vivos e inserir ao longo de sua narrativa uma forte crítica social o filme se tornou uma influência básica para as histórias de zumbis com o passar dos anos. Um dos muitos influenciados pela obra de Romero foi Robert Kirkman que no ano de 2003 lançou a revista em quadrinhos entitulada The Walking Dead. Sem muito sucesso nos seus anos iniciais foi somente em 2006 que a criação de Kirkman se consolidou no mercado quando a edição 33 se esgotou em apenas 24 horas. O sucesso das hq's gerou interesse do canal  AMC que ( juntamente com Frank Darabont exímio roteirista e diretor) desenvolveu o projeto televisivo de The Walking Dead. 
     No ar desde 2010 e atualmente em sua terceira temporada a série acompanha a história de Rick Grimes (Andrew Lincoln), um policial que entra em coma depois de ser baleado e ao retomar a consciência meses depois encontra um mundo devastado e povoado por zumbis. Depois de reencontrar a família, o protagonista passa a integrar um grupo de sobreviventes do qual se torna parte essencial ao assumir uma função de liderança. Com o intuito de garantir subsistência e segurança o grupo de Rick se desloca, adiciona  novos membros à sua composição mas também sofre baixas em decorrência dos diversos confrontos com mortos-vivos. 
     A pluralidade de personagens da série é representada por um eficiente elenco, composto em sua maioria de atores pouco conhecidos em que se destacam Norman Reedus como Daryl, braço direito de Rick; Jon Bernthal como Shane, cuja rivalidade com o protagonista tem um fim trágico; Sarah Wayne Callies e Chandler Riggs, como Laurie e Carl respectivamente, personagens que compõem o núcleo familiar de Rick; Steven Yeun como Glenn, um jovem especializado em infiltrações rápidas em territórios desconhecidos e responsável pela aquisição de vários recursos para o grupo; Jeffrey DeMunn como Dale o mais velho do grupo e que muitas vezes faz o papel de pai e conselheiro e Scott Wilson como Hershel um fazendeiro que acredita que o mal que assola os infectados é uma doença passível de cura. Mas é Andrew Lincoln que se saí melhor dando vida a um personagem  que sente o peso da liderança e das escolhas difíceis que deve fazer para manter todos seguros.
         Com uma ótima produção técnica o programa consegue transmitir todo o caos do "novo mundo" e isso fica perceptível nos cenários e na maquiagem dos atores. O único ponto fraco da série em quesitos técnicos é a computação gráfica utilizada para mostrar alguns zumbis e jatos de sangue que por vezes soam deveras falsos mas isso é justificável pelo orçamento menor que as produções televisivas recebem. As cenas de ação além de fluentes com a história  mostram as mais inusitadas maneiras de se destruir zumbis. Seja em espaços abertos ou corredores estreitos os personagens mostram que vale tudo pela sobrevivência e utilizam as mais inusitadas e surpreendentes armas em nome da autopreservação.


      Os roteiros da série são primorosos pois a equipe de escritores consegue dar o tom dramático necessário para que os personagens sintam, cada um a seu modo, a sua desolação diante de um mundo arruinado. As histórias também criam muita tensão pois cada novo lugar pode esconder uma surpresa, o que  muitas vezes culmina em sustos ao espectador. 
      A série utiliza de maneira inteligente seu subtexto para dar ao espectador um vasto material de reflexão política e social. Isso pode ser exemplificado em dois momentos: quando Rick não aceita as críticas e questionamentos de seus colegas e toma para si  responsabilidade pelo grupo e brada a frase: "Isso não é mais uma democracia." e quando somos apresentados a um simpático e carismático líder de uma comunidade livre de zumbis, que revela-se um homem com atitudes e intenções nefastas que é chamado de Governador.
          The Walking Dead entretém o público com drama, ação e suspense e mostra um mundo cruel em que os mortos voltam a vida e representam um grande perigo mas, em muitas ocasiões,  os vivos é que devem ser temidos. 

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

A mais bela viagem


     Em 1849 Adam Ewing( Jim Sturgess) salva a vida de um escravo em um navio e mais tarde contará com a ajuda do mesmo escravo quando sua vida sofre um atentado. Em 1936 o britânico Robert Frobisher (Ben Winshaw) é forçado a se afastar de seu namorado, Rufus Sixsmith (James d'Arcy), e depois de ajudar o debilitado compositor Vyvyan Arys (Jim Broadbent) trabalha em sua obra-prima chamada Cloud Atlas. No ano de 1973 o mesmo Sixsmith agora é cientista e trabalha em uma usina nuclear na cidade de São Francisco, usina esta que passa a ser investigada pela repórter Luisa Rey ( Halle Barry) devidos à irregularidades. Em 2012 o editor literário Timothy Cavendish se envolve com bandidos perigosos e com a vida em perigo se refugia no que pensava ser um hotel mas logo percebe que está preso em asilo e tentará junto de outros colegas de confinamento fugir de lá. No ano de 2144 em Nova Seul a empregada de lanchonete Sonmi (Donna Bae) descobre a torpe verdade em que sua sociedade está baseada e se torna líder de uma revolução. Em um futuro indeterminado, 106 anos após um evento conhecido como A Queda, a cientista Meronym busca um modo de enviar uma mensagem ao espaço visando conseguir ajuda para o combalido planeta Terra e em sua jornada ela recebe a ajuda do primitivo Zachry (Tom Hanks).
      As supracitadas histórias compõem a trama do filme A Viagem (Cloud Atlas, 2012), em exibição nos cinemas brasileiros desde o dia 11 de janeiro, e mesmo que aparentemente as tramas sejam distantes em tempo ou espaço todas elas estão conectadas . Escrito e dirigido pelos irmãos Andy e Lana Wachowski em conjunto com Tom Tykwer o filme (adaptado do romance de David Mitchell) abrange satisfatoriamente diversos gêneros cinematográficos - drama, comédia, aventura, ficção científica, entre outros - sendo cada segmento ambientado em um deles.
     O mais interessante é o trabalho de elenco desenvolvido pelos diretores pois os atores e atrizes se transformam em diversos personagens através de um excelente trabalho de maquiagem. As alterações vão das mais simples como transformar um homem em mulher ou vice-versa às mais complexas como transformar orientais em europeus. Isso permite a todo o elenco (que conta ainda com nomes como Hugo Weaving, Susan Sarandon) mostrar a sua versatilidade e, consequentemente, sua qualidade.
     Com histórias filosóficas e espirituais, A Viagem é uma experiência cinematográfica sem precedentes pois a imersão do espectador irá lhe proporcionar a oportunidade de vivenciar situações  fantásticas e descobrir aos poucos todos os elementos que conectam os personagens através das eras. 

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

D-J-A-N-G-O. Django, o D é mudo.


 No cinema contemporâneo poucos diretores são capazes de criar filmes tão impactantes como Quentin Tarantino. O texano de 49 anos passou boa parte da vida trabalhando em um vídeo locadora até que teve uma chance em Hollywood e soube aproveitá-la para criar filmes originais, violentos e extremamente divertidos. Com a total confiança dos produtores e executivos dos estúdios, Tarantino conta com uma grandiosa liberdade artística e criativa que lhe permite dar vida aos mais peculiares e cativantes personagens resultantes de uma miscelânea dos gêneros cinematográficos que mais aprecia ( do faroestes ao exploitation,  passando por animações japonesas e filmes de kung-fu somente para citar alguns exemplos) e inseridos em histórias que diferem do convencional . Mesmo que em Kill Bill Volume 2 (2004) e Bastardos Inglórios (2009) o diretor utilize elementos de faroeste, somente com o recém lançado Django Livre (Django Unchained, 2012) é que ele  consegue homenagear plenamente este tipo de produção.
   Ambientada no estado do Texas no ano de 1858, a trama de Django Livre se inicia mostrando o protagonista interpretado por Jamie Foxx sendo liberto de mercadores de escravos pelo caçador de recompensas alemão Dr. Schultz ( Christoph Waltz). Depois de libertar Django, Schultz lhe propõe um acordo que consiste em benefícios mútuos: se Django ajudá-lo a pegar os três irmãos Brittle ganha 25 dólares por cabeça e é um homem livre. A empreitada é tão bem sucedida que o Schultz resolve estender a parceria e ajudar seu novo colaborador a encontrar a esposa Brunhilda (Kerry Washington), uma vez que o antigo proprietário do casal os separou como forma de vingança contra Django. 
Adiante na história os dois descobrem que Brunhilda agora pertence ao excêntrico Calvin Candie (Leonardo Di Caprio) um  fazendeiro que se diverte apostando em lutas de mandingo que consistem em dois escravos se degladiando até a morte. Depois de planejar a compra de Brunhilda sem levantar suspeitas de Calvin o plano de Django e Schultz fracassa devido à intromissão do escravo Stephen (Samuel L. Jackson) e cabe a dupla lutar pela sobrevivência nos domínios do antagonista.
Assim como ocorreu em Bastardos Inglórios, em Django Livre Tarantino também utiliza um tema histórico para proporcionar ao público uma espécie de “vingança”, tema recorrente em sua filmografia. Se no filme de 2009 Donny Donowitz (Eli Roth) utilizava um bastão de beisebol para destroçar nazistas e metralhava Adolf Hitler, aqui a catarse ocorre quando Django chicoteia impiedosamente um homem que outrora açoitara sua amada. Contando com belas metáforas o roteiro de Tarantino brinda o público com diálogos divertidos (especialidade do diretor) e personagens carismáticos interpretados por um primoroso elenco onde Christoph Waltz se destaca com um personagem ,que assim como Hans Landa de Bastardos Inglórios, tem na linguística um de seus maiores trunfos.
Django Livre é acima de tudo um exercício de cinema concebido por um de seus maiores estudiosos, um diretor que sabe entregar ao seu público um amálgama cinematográfico dotado de personalidade e que não soa datado ou plagiado. Além disso Quentin Tarantino tem o poder de  levar o espectador a uma profunda reflexão sobre o poder do próprio cinema enquanto  Arte, pois até já reinventou a História, e isso o torna único.  

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Detona Ralph


Insert Coin

      Me lembro que foi no final dos anos 80 que começou meu fascínio pelo mundo dos videogames. Tinha pouco mais de 4 anos e todo dia depois de sair da escola passava em frente a uma casa de fliperama e como era muito pequeno para jogar apenas admirava aquela "festa" de cores e sons. Somente depois de muitos anos foi que tive contato direto com o universo dos videogames tanto em casa quanto nos fliperamas e passei a conviver com situações de frustrações ao não conduzir os personagens à vitória, o êxtase de terminar um jogo e muitas broncas de minha mãe para que eu parasse de jogar depois de muitas horas dedicadas ao meu Mega Drive. Para quem curte games o mais legal é a imersão que a história dos jogos proporciona quando os jogadores se tornam responsáveis por tudo que ocorre com seus avatares. Se isso já era bacana no Atari, Mega Drive,Super Nintendo só melhorou com o Playstation e o X-Box pois a avançada tecnologia desses consoles criou jogos tão avançados que permitem que as personalidades dos personagens sejam moldadas de acordo com as opções de conduta do jogador. 
     Toda a "magia" que envolve os videogames está presente no excelente longa de animação Detona Ralph (Wreck-it Ralph, 2012) dos estúdios Disney e que chegou no início do mês aos cinemas brasileiros e é uma das atrações do Cine Colombo essa semana.

Press Start

     Com um ponto de partida semelhante ao de Toy StoryDetona Ralphmostra o que acontece com os personagens de videogames depois que o fliperama fecha. E é depois de um árduo dia de trabalho que o grandalhão Ralph, vilão do jogo "Conserta-Tudo Félix", relata sua rotina em um grupo de ajuda para vilões. Todos os dias Ralph cumpre seu papel de demolir um prédio e observa a glória do herói do jogo,Conserta-Tudo Félix Jr., que munido de um martelo mágico conserta todo o estrago feito por ele e recebe uma medalha pelo trabalho enquanto manda Ralph é mandado para um lixão.  
     Depois de 30 anos dessa vida "espartana" Ralph almeja algo melhor  e no intuito de também ganhar uma medalha e provar aos outros personagens do jogo que pode ser um herói, o protagonista parte para o jogo de tiro em primeira pessoa "Missão de Herói" onde, segundo informações, ele pode conseguir uma medalha.  Depois de uma passagem atribulada pelo jogo e de posse da medalha Ralph chega até o "Corrida Doce" onde conhece Vanellope, um "bug" do jogo e que usa a medalha do grandalhão para entrar de maneira indevida em uma corrida.
     Enquanto tenta recuperar a medalha Ralph é acossado por Félix, a Sargento Calhoun do "Missão de Herói" e pelo Rei Doce do próprio "Corrida Doce" pois toda a confusão que causou (e a ajuda que dá a Vanellope para que ela entre na corrida) pode desencadear a proliferação de um vírus que pode acabar com todos os jogos do fliperama. Agora cabe a Ralph embarcar em uma jornada para evitar a tragédia e descobrir a verdadeira essência do heroísmo.

Continue???

      Contando com presenças  ilustres de personagens  icônicos como Sub-ZeroSonic, RobotnikM. Bison, Koopa, um dos fantasmas de Pac-Man e o próprio "Come-Come"ZangiefRyuKen , Chun-Li e tantos outros (que terá a participação do Super Mario em uma vindoura continuação uma vez que o encanador não esteve no primeiro filme por falta de espaço) o filme possui um roteiro simples e bem executado que conta com boas doses de humor, aventura e emoção em uma história de amizade e autodescoberta que agrada crianças e adultos.
     Se duas semanas atrás, no texto sobre Resident Evil: Retribuição, discorri sobre as dificuldades dos estúdios de Hollywood em adaptar para a telona a linguagem dos videogames Detona Ralph é a prova de que é possível basear-se em games para conceber boas histórias e presta, desde de sua abertura em 8 bits, uma bela homenagem a toda a cultura dos videogames.

Salve o Corinthians...


Se no texto sobre a série “FDP eu enaltecia a magia que o futebol exerce sobre as pessoas esse sentimento é ainda mais forte quando se trata do Sport Clube Corinthians Paulista. Fundado no bairro do Bom Retiro no dia 1º de setembro do ano de 1910, o Corinthians foi, é e sempre será o “time do povo”.   
                Em 2010, ano do centenário do timão, uma trilogia de documentários e um livro foram lançados para celebrar a data, enaltecer toda a trajetória do time e tentar compreender o que move o torcedor do corinthiano.
Todo Poderoso – O Filme: 100 Anos de Timão
                O documentário tem início mostrando a reunião entre os pintores Antônio Pereira e Joaquim Ambrósio, o sapateiro Rafael Perrone, o motorista Anselmo Correia e o trabalhador braçal Carlos Silva que impressionados com uma excursão do time inglês Corinthian Team em terras brasileiras resolveram em sua homenagem criar o Corinthians.
Desde a luta para o time integrar a liga de futebol paulista comandada por times ricos na década de 1910 passando pela rivalidade com o Palmeiras, o São Paulo e o Santos, a invasão ao Rio de Janeiro em 1976, a democracia corinthiana até a contratação de Ronaldo , o Fenômeno esse  tributo ao Corinthians é feito de maneira eloquente e apaixonada com depoimentos  de ex-jogadores, torcedores (dos mais simples aos mais ilustres), especialistas em futebol e jornalistas. Além das glórias são mostrados também os momentos tristes como a morte dos jogadores Eduardo e Lidu, o jejum de 23 anos sem títulos, o tabu contra o Santos e o rebaixamento no Campeonato Brasileiro de 2007.
Toda essa história também está relatada de forma mais detalhada no livro Centenário do Corinthians escrito por André Martinez.  O destaque do livro fica por conta dos ídolos corinthianos enaltecidos pelo autor e também por revelações de bastidores da história do clube o que fortalece ainda mais suas figuras lendárias.

23 Anos em 7 Segundos – O Fim do Jejum Corinthiano

Só mesmo um time como o Corinthians para passar 23 anos sem ganhar nenhum título e ver crescer o número de torcedores. Mesmo sem conseguir conquistar títulos ou bater o Santos de Pelé e sendo alvo de piadas dos torcedores de outros clubes . O torcedor corinthiano sofreu mas alcançou sua recompensa, seu êxtase na final do Campeonato Paulista de 1977 contra o temido time da Ponte Preta.
Em um jogo histórico depois de uma vitória por 1x0 e uma derrota por 2x1, o título foi merecidamente conquistado no terceiro jogo das finais contra  a “Macaca” com um gol “chorado” de Basílio aos 36 minutos do segundo tempo. Toda a história desse jogo e de seus ilustres personagens está contida neste documentário que mostra como o time liderado pelo técnico Brandão se preparou para alcançar o êxito. Outro destaque são os depoimentos de Marlene Matheus sobre o seu falecido e folclórico marido presidente do time na ocasião.
               
4X Timão
                Até o ano de seu centenário o Corinthians havia conquistado 4 títulos do Campeonato Brasileiro nos de 1990 contra o imbátivel São Paulo dirigido por Telê Santana, em 1998 contra o Cruzeiro, 1999 contra o Atlético Mineiro e 2005 em um campeonato disputado por pontos corridos.
                Neste documentário cada título é relembrado pelos seus respectivos ídolos que se destacaram na conquista: Neto 1990, Dinei 1998, Marcelinho Carioca 1999 e o zagueiro Betão em 2005. Contando as histórias de vida  deles o filme mostra a determinação de cada um para alcançar o sucesso no futebol e o respeito pela camisa do Corinthians
     Talvez o mais emocionante seja o capítulo sobre Neto onde o ex-jogador abre o coração e se emociona ao falar da família. O documentário também tem um trecho jocoso sobre o campeonato de 2005 quando o timão bateu o time do Santos pelo placar de 7x1.
Ver ou rever esses documentários tem um sabor especial para o bando de loucos em um ano de tanta alegria pois a gloriosa história do clube ao longo de 102 anos, teve  alguns de seus mais brilhantes capítulos com conquista inédita da Copa Libertadores da América e no último dia 16 de dezembro o bicampeonato mundial de clubes.

O Campeão dos Campeões

Mesmo que seja difícil definir em palavras o amor pelo Corinthians vale lembrar a todos, inclusive os detratores do Timão, que um time com tantas glórias  habita 30 milhões de corações por ter em sua história muita luta e sofrimento, características inerentes ao povo brasileiro. Daqui pra frente quando nós corinthianos formos indagados sobre  nosso amor ao Timão poderemos dizer simplesmente que somos torcedores do Corinthians, o melhor time do mundo, o campeão dos campeões. 

Resident Evil: Retribuição

           
            Em uma época em que as salas de cinema se encontram abarrotadas de adaptações de histórias em quadrinhos e de livros consagrados é possível perceber que um existe um tipo de adaptação que ainda não emplacou de maneira convincente tratam-se dos filmes baseados em jogos de videogames. Depois de adaptações sofríveis como Super Mario Bros. em 1992 e Street Fighter em 1994 o diretor que mais se aproximou de criar a uma versão cinematográfica para um jogo que fosse isenta de erros grotescos foi Paul W.S. Anderson com o ótimo Mortal Kombat em 1995. Sete anos depois Anderson recebeu a incumbência de criar um filme sobre um dos jogos mais populares e adorados do Playstation , Resident Evil.
                Foi assim que dez anos atrás chegou aos cinemas Resident Evil – O Hospede Maldito, estrelado por Milla Jovovich o longa narra a saga da desmemoriada Alice que junto de uma equipe de militares tem que descobrir o que deu errado em um laboratório subterrâneo , denominado Colméia, da empresa Umbrella. Na Colméia , Alice se depara com uma amostra do apocalipse ao encontrar um bando de zumbis, resultantes da liberação proposital do T-Vírus. Enquanto luta pela sobrevivência a protagonista vai aos poucos recobrando a memória e consegue se lembrar que seu intuito é juntar provas de irregularidades  que possam destruir a Umbrella Corporation. Com boas cenas de ação e a dose certa de suspense o filme se tornou bem sucedido e possibilitou a Paul Anderson desenvolver as continuações e com Resident Evil 2: Apocalipse (2004), Resident Evil 3: A Extinção(2007), Resident Evil 4: Recomeço (2010) e  Resident Evil: Retribuição, lançado esse ano nos cinemas, Paul W.S. Anderson consolidou uma das maiores franquias da atualidade.
                O novo filme se inicia com uma bela sequência em câmera lenta e reversa que mostra os eventos seguintes ao final do filme anterior, terminada essa abertura Alice aparece na tela e recapitula os filmes anteriores mostrando contra a empresa que outrora foi sua contratante. Logo depois a personagem de Jovovich aparece em uma prisão. Depois de uma inesperada  falha na segurança Alice se veste e se arma para que possa escapar de seu cativeiro  . É nesse contexto de estranhamento que entra em cena Ada Wong antiga rival de Alice que situa a protagonista dizendo que ela está em uma instalação russa da Umbrella, utilizada para simular reações emocionais das pessoas(através de clones com memórias implantadas à alastração do T-Vírus. Esse laboratório deve ser destruído antes que uma equipe de resgate, que já a caminho, possa tirá-las de lá. Esse é o ponto de partida um filme com cenas de ação bem produzidas e um roteiro cheio de reviravoltas e revelações que traz de volta velhos personagens da série de forma “natural” (claro que isso depende da suspensão de descrença do espectador) e apresenta outros novos que enriquecem a narrativa.
                Mesmo que muitos fãs do jogo critiquem os filmes de Anderson por não utilizarem os mesmos personagens dos games e alterar diversos elementos da história é inegável o esforço do diretor e também roteirista para transformar os filmes em uma diversão competente. Sabendo levar a história adiante com a escalada de poder da Umbrella e criando “ganchos” legais ao fim de cada capítulo o Paul W.S. Anderson (que também conseguiu, especialmente nessa quinta parte, corrigir problemas que ocorreram em Resident Evil 2 e 3) mostra que é possível criar bons filmes baseados em games. Como o final de “...Retribuição” sinaliza para a produção do sexto filme podemos perceber que o “jogo” continua e esperamos que isso ocorra, como foi até aqui, de forma divertida. Em breve em DVD e Blu-Ray.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Linear Notes- Homeland

   
      
     Durante uma missão no Afeganistão a agente da CIA Carrie Mathison (Claire Danes) recebe a informação que o terrorista Abu Nazir planeja um novo ataque em solo americano utilizando-se de um  americano convertido ao islamismo. Passados dez meses o Sargento Nicholas Brody (Damian Lewis) é resgatado depois de ficar cativo por 8 anos. Contando apenas com a ajuda de seu mentor, o experiente agente Saul Berenson (Mandy Patinkin), Carrie inicia uma investigação secreta sobre a conduta do Sargento e sua provável ligação com Nazir. 
     Esse é o mote de Homeland, série americana desenvolvida por Alex Gansa e Howard Gordon, que adapta a israelense Hatufim, e que segue a tendência norte-americana de utilizar a cultura do entretenimento para "vingar" derrotas bélicas sofridas pelo país. Esse conceito presente nos filmes da série Bradock e Rambo, que mostram ex-soldados voltando ao Vietnã para travar novas batalhas, aqui se faz presente na figura da agente que sofreu uma grande perda nos atentados de 11 de setembro de 2001 e fará o possível e o impossível (inclusive quebrar regras da CIA) para evitar um novo ataque em solo americano.
     O maior trunfo de Homeland é seu impecável roteiro que além desenvolver bem as situações e os personagens possuí o ritmo certo não ficando frenético nem lento demais. A qualidade das atuações e de toda a produção são outros pontos fortes e o resultado é uma série inteligente, dramática, com boas doses de suspense e que busca mostrar que a guerra contra o terrorismo é apenas uma sequência de mortes (muitas vezes de inocentes) baseadas em ideologias radicais, incoerentes e torpes.O pior de tudo isso é constatar que as supracitadas ideologias motivam os dois lados do conflito.  
     A primeira temporada de Homeland já está disponível em dvd e a segunda temporada é exibida aos domingos às 23h no canal FX.