30 milhões de cópias vendidas, 400 mil delas vendidas no Brasil, 724 semanas entre os discos mais vendidos da Billboard e até os dias de hoje, ou seja, 38 anos após seu lançamento Dark Side of The Moon vende 250 mil cópias por ano. O segredo da longevidade da obra-prima do Pink Floyd reside no empenho da banda em produzir música de alta qualidade e nas letras concebidas pelo baixista e vocalista Roger Waters, que abordam temas relevantes a todos nós.
A própria banda considera que Dark Side of The Moon é uma peça unica e todo o desenvolvimento da obra simboliza uma vida, por essa razão o álbum se inicia e termina com as batidas de um coração. Ansiedade, medo, ganância, solidão,a relação das pessoas com o tempo, amor, ódio e loucura estão presentes no disco. Aliado aos talentos de David Gilmour na guitarra e nos vocais, Richard Wright nos teclados e Nick Mason na bateria Waters encaixou perfeitamente suas letras e assim surgiu um disco que não é somente um marco do rock progressivo mas sim da história da música. O trabalho dos músicos de apoio também é excelente com destaque para o saxofonista Dick Parry em Money e Us & Them e da cantora Clare Torry em sua fantástica performance em The Great Gig in the Sky.
Desde a simples mas bela e emblemática capa Dark Side of The Moon encanta tanto pelo seu conceito quanto pela sua sonoridade e a sincronia do disco com o filme "O Mágico de Oz" ( The Wizard of Oz, 1939) é um dos fatores que o torna ainda mais interessante, seria tal sincronia proposital ou a maior das coincidências? O fato é que a aura mística e ao mesmo tempo realista que permeia Dark Side of The Moon faz com que ouvir esse disco se transforme em uma experiência enriquecedora para nossas mentes e nossos espíritos.
P.U.L.S.E, Morumbi e um livro excelente
Lançado em 1995 o disco P.U.L.S.E contém a gravação de uma performance do Pink Floyd da turnê de divulgação do disco The Division Bell e o destaque é o segundo disco em que Dark Side of The Moon é tocado ao vivo e na integra. O vídeo dessa apresentação é fantástico e contando com uma luxuosa produção a banda proporciona um incrível espetáculo de luz e som. Sem dúvida um grande presente para os fãs.
Nos anos 80 Roger Waters deixou o Pink Floyd por dissidências com seus bandmates. Em sua carreira solo o baixista promoveu turnês com suas versões dos clássicos de sua antiga banda um dos destaques foi o show The Wall em Berlin, que ocorreu pouco tempo depois da queda do muro que separava a Alemanha Oriental e a Alemanha Ocidental. Em 2007 a turnê Dark Side of The Moon de Waters veio ao Brasil para 2 shows um no Rio de Janeiro em 23 de março e outro em São Paulo no dia seguinte, apresentação essa que tive o prazer de prestigiar no estádio do Morumbi.
Cheguei ao estádio horas antes do início do espetáculo (afinal meu ingresso era de um setor da arquibancada) e comprei uma camiseta do show. Durante as horas de espera me diverti vendo as diversas pessoas que passavam por mim para ocuparem seus lugares e me senti feliz pois vi que entre os admiradores da obra do Pink Floyd estavam pessoas de diversas faixas etárias e muitas famílias reunidas. Quando o Waters entrou no palco passava um pouco das 21h e a alegria foi geral, mas azarado que sou comecei a me sentir mal. Mesmo assim aproveitei o espetáculo e fui a loucura quando um gigante porco inflável contendo frases de protesto fez um vôo por todo o estádio.
Logo após a passagem do porco um pequeno intervalo e quando o astro voltou era a hora de Dark Side of The Moon. Me empolguei e cantei emocionado todas as músicas do célebre disco de 1973, o coro de 45 mil pessoas fez com que eu percebesse que mesmo estando desacompanhado eu não estava, de maneira nenhuma, sozinho. É justo que eu agradeça aos membros de minha família que me ofereceram hospedagem em São Paulo e me conduziram até o estádio e dessa maneira contribuíram para que durante aquele espetáculo eu fosse imensamente feliz.
Lançado em 2006 o livro "Dark Side of the Moon- Os bastidores da obra-prima do Pink Floyd", é uma grande fonte de informação sobre o disco. Escrito pelo jornalista John Harris o livro relata a gênese da banda, os problemas de Syd Barret ( vocalista, guitarrista e um dos fundadores do Pink Floyd), aspectos da criação do álbum que da nome a este post e a repercussão do mesmo após seu o lançamento. Um brilhante registro da concepção de uma obra marcante pois seu conceito transpõe as barreiras de tempo, atravessa gerações e permanece atual mesmo depois de quase 40 anos de seu lançamento. Tenho a esperança que a longevidade desse disco seja ainda maior e sendo assim muitas pessoas poderão apreciar o melhor trabalho de uma das melhores bandas de todos os tempos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário