domingo, 20 de março de 2011

Falsa Loura


     Mesmo com a crescente atenção dada ao cinema nacional por parte do público, algumas excelentes obras ainda passam despercebidas e esse é o caso de Falsa Loura, do ano de 2008, filme escrito e dirigido por Carlos Reinchenbach. O filme conta a história de Silmara (Rosanne Mulholland) uma operária de fábrica que depois de tirar o macacão de trabalho se revela uma bela mulher que chama atenção por onde passa e vive com o pai desempregado (e misterioso) em um bairro pobre.
     A maior diversão de Silmara é ir ao Clube Alvorada aos finais de semana e é lá que se iniciam eventos marcantes na vida da garota quando ela vai assistir um show da banda "Bruno e seus Andrés". Depois de se encantar com Silmara, o vocalista da banda chamado Bruno ( Cauâ Reymond) conduz a garota pelo que parece ser um conto de fadas e eles iniciam um affair. No entanto Bruno revela-se não o homem romântico que Silmara imaginava mas sim um canalha que a ilude e a ofende. Logo após esses eventos os contatos de Antero (João Bourbonnais), o pai de Silmara, conduzem a garota até o cantor romântico Luís Ronaldo (Maurício Mattar) para que ela apenas seja sua acompanhante durante um final de semana (pelo menos é isso que fazem ela acreditar), o que na verdade se revela um caso de prostituição.
     A temática de Falsa Loura é interessante pois Reinchenbach trata de ilusões e sonhos desfeitos. Silmara é vítima de sua beleza-tornando -se assim  apenas um objeto de desejo e prazer-  tem fantasias com os cantores que admira mas quando os conhece percebe que eles não são diferentes dos homens com quem convive no dia-a-dia. O trunfo de Falsa Loura é equilibrar as fantasias bregas e caricatas de Silmara com o impacto de realidade que a garota sofre ao fim do filme e nesse aspecto o contraponto entre as letras cafonas de Bruno e Luís Ronaldo com a simbólica nudez de Silmara ( em que entendemos o nome do filme) é soberba. O resultado é um filme que faz rir por sua cafonice mas que é realista e dramático ao abordar as conseqüências das decepções sofridas por uma garota que apesar de aparentar ser forte na verdade é ingênua e sonhadora assim como muitas outras de nosso país.  

quarta-feira, 16 de março de 2011

Quando Éramos Reis

       30 de outubro de 1974 foi um dia histórico para os admiradores do esporte e em especial para os fãs do boxe. Foi nesse dia que Muhammad Ali nocauteou o grande campeão George Foreman em uma performance surpreendente. Todo o clima acerca da luta e a preparação dos lutadores está presente no excelente documentário "Quando Éramos Reis" , de  1996, dirigido por Leon Gast.
     A luta histórica aconteceu no Zaire, atual Congo, por razões políticas e o documentário acompanha a chegada de cada um dos atletas e as recepções por parte do povo local sendo que Foreman foi hostilizado enquanto Ali foi aclamado e os africanos bradavam o tempo todo Ali bohma ye! , ou seja,  Ali mate-o. Na época o Zaire era governado pelo ditador Mobutu ( que fez questão de eliminar os grandes criminosos do país e tornar as ruas mais seguras) e para o país foi um grande honra receber um evento tão grandioso e de repercussão internacional paralelamente à luta aconteceu um festival de Black Music, e ambos foram promovidos pelo polêmico Don King. Por desistir de servir o exército americano na Guerra do Vietnâ,  Ali perdeu seu título mundial e fora derrotado anos antes por Joe Frazier e estava totalmente desacreditado o que fazia de Foreman o grande favorito do combate.
     O documentário mostra detalhes do treinos dos 2 pugilistas: enquanto Foreman aplicava poderosos socos em seus sparings e no saco de areia, Ali treinava técnicas de esquiva e preparava seu corpo para receber golpes duros. Depois de um acidente durante um treino de Foreman a luta que estava marcada para o dia 25 de setembro foi adiada e isso só serviu para aumentar a ansiedade de todos. No dia 30 de outubro depois de muita espera tinha início uma das melhores lutas de todos os tempos. Ali dominou seu adversário física e psicologicamente demonstrando a Foreman estar amedrontado ( o que na verdade era parte de sua estratégia) ao fim do 1° round e levando golpes potentes, desse modo a luta prosseguiu até o 8° round. Quando percebeu o cansaço de Foreman, Ali viu que era a hora de leva-lo a nocaute e para tal usou poucos mas fortíssimos golpes. 




     Além de abordar a façanha de Muhammad Ali- nascido Cassius Clay, mas que mudou o nome quando se converteu ao islamismo- em cima do ringue o documentário mostra que mesmo que parecendo arrogante  Ali foi um dos melhores boxeadores de todos os tempos e um grande militante dos direitos civis, sendo um dos principais nomes ao lado de Bob Dylan na luta para libertar o pugilista Rubin "Hurricane" Carter da cadeia quando este foi preso injustamente por um crime que não cometeu ( tema de um futuro post).
     A liderança política do lutador seja mostrando todo seu orgulho em ser negro, lutando pela paz, se conectando às suas origens africanas ( o que lhe garantiu o apoio total da população do Zaire), a importância de seu legado para as novas gerações são enfatizados através de depoimento de jornalistas e do cineasta Spike Lee o que transforma "Quando Éramos Reis" não apenas no relato de uma luta de boxe mas também de um grande homem que deve ser valorizado por suas brilhantes ações. 

Além da Vida


     Desde pequenos somos constantemente apresentados à morte. Esse é um fato que infelizmente  faz parte da vida de todos até que chegue a nossa hora. Ver uma pessoa morta nos desperta diversos sentimentos: tristeza, dor, saudade e em muitos casos até remorso. Várias são explicações e os mistérios sobre esse tema e tanto a ciência quanto a religião possuem suas teorias sobre o que acontece depois que a vida de alguém chega ao fim. Utilizando algo tão intenso e presente na vida de todos o octagenário ator e diretor Clint Eastwood concebeu o filme "Além da Vida" (Hereafter,2011) no qual aborda esse tema  de maneiras distintas.
     A jornalista francesa Marie Lelay (Cécile de France) está de férias na Tailândia quando a cidade em que se encontra é devastada por um tsunami, arrastada pela onda gigante ela vislumbra o que seria o pós vida. Marie é salva e ao retornar a vida decide compartilhar com diversas pessoas sua experiência e isso irá lhe custar o emprego e até a relação com o namorado. Na cidade San Francisco reside George Lonegan (Matt Damon) que depois de sofrer uma lesão cerebral na infância adquiriu o "dom" de conectar-se a pessoas falecidas e enviar mensagens a seus entes queridos. Depois de muito sofrimento e querendo seguir adiante com sua vida George resolve parar de utilizar sua habilidade mediúnica mas é constantemente procurado, fato este que destrói alguns aspectos de sua vida pessoal. Em Londres os gêmeos de 12 anos de idade James e Marcus ( George e Frankie McLaren) enfrentam unidos os problemas que surgem em decorrência do vício em álcool de sua mãe. Quando James  morre Marcus tenta de várias maneiras comunicar com o irmão pois não consegue lidar com o luto e fica cada vez mais solitário depois que sua mãe é encaminhada para a reabilitação e ele vai parar em um lar adotivo.
     De maneira natural as histórias desses três personagens se cruzam e eles se ajudam de alguma maneira. Um dos maiores trunfos do filme é não adotar nenhum posicionamento religioso sobre o assunto e o maior consolo que cada um dos personagens pode obter é prosseguir com suas vidas. Eastwood desenvolve bem cada história e o filme possuí  cenas trágicas e marcantes como o já citado tsunami, o atropelamento de James e a explosão do metrô de Londres e a combinação desses elementos resulta em mais uma bela obra do cineasta.
     Após o término do filme somos instigados a refletir sobre a morte e assim pude concluir que o melhor a fazer é viver a vida não em detrimento pelos que se foram mas de modo que o amor por essas pessoas e as boas lembranças estejam sempre presentes em nossas mentes e corações.         

domingo, 13 de março de 2011

Nonsense Posts- A Hipnose da proteção de tela.

          Quem me conhece bem ou acompanha meus posts sabe que sou um grande apreciador de comédia feita com inteligência e qualidade. Sou um grande fã de piadas feitas com situações cotidianas pois elas causam uma empatia muito grande por parte de público é assim com o stand-up, Seinfeld e, como estou tendo o prazer de descobrir recentemente, a versão americana de The Office série na qual estou viciado e que em uma semana já assisti 3 temporadas quase ininterruptamente.
     De tempos em tempos sou acometido de um ataque de risos quando vejo algo muito engraçado ( pauso o programa e rio como um louco por uns 5 minutos) e uma das últimas vezes que isso ocorreu foi quando eu vi a piada de Family Guy com as cabeçadas do ex-jogador de futebol Zinedine Zidane. Novamente tive um ataque de risos, dessa vez por já ter vivido a situação mostrada na série que narra o cotidiano da distribuídora de papel Dander Mifflin.
     Todo mundo que já viu a proteção de tela de um aparelho de DVD fica louco esperando que o logotipo bata no canto na tela, o que raramente acontece. Me lembro que uma vez na faculdade meu amigo Matias mostrou um trecho do filme "Tiros em Columbine", de Michael Moore, e logo após prosseguiu com a apresentação de seu trabalho e quando a proteção de tela entrou eu fiquei hipnotizado, não existia mais nada além da minha preocupação para que aquele logotipo ,que trocava de cores a todo momento, atingisse o canto da tela.
     No terceiro episódio da quarta temporada de The Office, uma discussão sobre esse assunto começa e na sala de reuniões enquanto o  Michael Scott (Steve Carrel) fala bobagens, seus funcionários só prestam atenção na proteção de tela do aparelho de DVD.
      Enquanto o chefe permanece alheio ao acontecimento mais interessante da sala os outros personagens (e o público) ficam tensos a espera do choque do logotipo com o canto da tela , que eventualmente acaba ocorrendo e causa muita alegria em todos principalmente em Michael que acredita ter sido o responsável por tanto entusiasmo. Sensacional. Confira esse trecho do episódio no vídeo abaixo e divirta-se se você já passou por essa situação.



quinta-feira, 10 de março de 2011

Dark Side of The Moon


     30 milhões de cópias vendidas, 400 mil delas vendidas no Brasil, 724 semanas entre os discos mais vendidos da Billboard e até os dias de hoje, ou seja, 38 anos após seu lançamento Dark Side of The Moon vende 250 mil cópias por ano. O segredo da longevidade da obra-prima do Pink Floyd reside no empenho da banda em produzir música de alta qualidade e nas letras concebidas pelo baixista e vocalista Roger Waters, que abordam temas relevantes a todos nós.
     A própria banda considera que Dark Side of The Moon é uma peça unica e todo o desenvolvimento da obra simboliza uma vida, por essa razão o álbum se inicia e termina com as batidas de um coração. Ansiedade, medo, ganância, solidão,a relação das pessoas com o tempo, amor, ódio e loucura estão presentes no disco. Aliado aos talentos de David Gilmour na guitarra e nos vocais, Richard Wright nos teclados e Nick Mason na bateria  Waters encaixou perfeitamente suas letras e assim surgiu um disco que não é somente um marco do rock progressivo mas sim da história da música. O trabalho dos músicos de apoio também é excelente com destaque para o saxofonista  Dick Parry em Money e Us & Them e da cantora Clare Torry em sua fantástica performance em The Great Gig in the Sky.
     Desde a simples mas bela e emblemática capa Dark Side of The Moon encanta tanto pelo seu conceito quanto pela sua sonoridade e a sincronia do disco com o filme "O Mágico de Oz" ( The Wizard of Oz, 1939) é um dos fatores que o torna ainda mais interessante, seria tal sincronia proposital ou a maior das coincidências? O fato é que a aura mística e ao mesmo tempo realista que permeia Dark Side of The Moon faz com que ouvir esse disco se transforme em uma experiência enriquecedora para nossas mentes e nossos espíritos.  
P.U.L.S.E, Morumbi e um livro excelente

     Lançado em 1995 o disco P.U.L.S.E contém a gravação de uma performance do Pink Floyd da turnê de divulgação do disco The Division Bell e o destaque é o segundo disco em que  Dark Side of The Moon é tocado ao vivo e na integra. O vídeo dessa apresentação é fantástico e contando com uma luxuosa produção a banda proporciona um incrível espetáculo de luz e som. Sem dúvida um grande presente para os fãs.

  
     
          Nos anos 80 Roger Waters deixou o Pink Floyd por dissidências com seus bandmates. Em sua carreira solo o baixista promoveu turnês com suas versões dos clássicos de sua antiga banda um dos destaques foi o show The Wall em Berlin, que ocorreu pouco tempo depois  da queda do muro que separava a Alemanha Oriental e a Alemanha Ocidental. Em 2007 a  turnê Dark Side of The Moon de Waters veio ao Brasil para 2 shows um no Rio de Janeiro em 23 de março e outro em São Paulo no dia seguinte, apresentação essa que tive o prazer de prestigiar no estádio do Morumbi.
     Cheguei ao estádio horas antes do início do espetáculo (afinal meu ingresso era de um setor da arquibancada) e comprei uma camiseta do show. Durante as horas de espera me diverti vendo as diversas pessoas que passavam por mim para ocuparem seus lugares e me senti feliz pois vi que entre os admiradores da obra do Pink Floyd estavam pessoas de diversas faixas etárias e muitas famílias reunidas. Quando o Waters entrou no palco passava um pouco das 21h e a alegria foi geral, mas azarado que sou comecei a me sentir mal. Mesmo assim aproveitei o espetáculo e fui a loucura quando um gigante porco inflável contendo frases de protesto fez um vôo por todo o estádio.
      Logo após a passagem do porco um pequeno intervalo e quando o astro voltou era a hora de Dark Side of The Moon. Me empolguei e cantei emocionado todas as músicas do célebre disco de 1973, o coro de 45 mil pessoas fez com que eu percebesse que mesmo estando desacompanhado eu não estava, de maneira nenhuma, sozinho. É justo que eu agradeça aos membros de minha família que me ofereceram hospedagem em São Paulo e me conduziram até o estádio e dessa maneira contribuíram para que durante aquele espetáculo eu fosse imensamente feliz.



          Lançado em 2006 o livro "Dark Side of the Moon- Os bastidores da obra-prima do Pink Floyd", é uma grande fonte de informação sobre o disco. Escrito pelo jornalista John Harris o livro relata  a gênese da banda, os problemas de Syd Barret ( vocalista, guitarrista e um dos fundadores do Pink Floyd), aspectos da   criação do álbum que da nome a este post e a repercussão do mesmo após seu o lançamento. Um brilhante registro da concepção de uma obra marcante  pois seu conceito transpõe as barreiras de tempo, atravessa gerações e permanece atual mesmo depois de quase 40 anos de seu lançamento. Tenho a esperança que a longevidade desse disco seja ainda maior e sendo assim muitas pessoas poderão apreciar o melhor trabalho de uma das melhores bandas de todos os tempos.
 

sexta-feira, 4 de março de 2011

Obras Primas Perdidas...Mystery Science Theater 3000: The Movie


     Sabe quando você está com um grupo de pessoas assistindo um filme e todos começam a zombar do filme que está sendo exibido? Todos ridicularizam as situações da obra, fazem piadas sobre tudo e "completam" as falas dos atores. Essa é a premissa genial da série de TV Mystery Science Theater 3000, série esta pouco conhecida pelo público americano e que nunca foi exibida no Brasil mas que no ano de 1996 gerou uma hilariante versão cinematográfica que em nosso país recebeu o péssimo título de O Filme Mais Idiota do Mundo, mostrando que idiota mesmo foi o distribuidor que permitiu que o filme recebesse essa denominação.
     Em um futuro distante um cientista maluco chamado Dr. Forrester (Trace Baulieu) pretende dominar o planeta e para atingir seu propósito aprisiona Mike Nelson ( Michael J. Nelson) em uma nave espacial para que ele sirva como cobaia de um experimento que consiste em força-lo a ver os piores filmes já produzidos e conseqüentemente causar um colapso em sua mente. Se o experimento der certo com Mike o cientista tenciona expandir sua experiência em uma escala global e assim dominar o planeta Terra. Depois de vários fracassos Dr. Forrester faz uma última tentativa ao exibir um filme de 1954 chamado The Island Earth e nesta sessão Mike tem a companhia dos robôs Tom e Crow e juntos os 3 tecem comentários extremamente engraçados sobre a projeção.
        Com uma atmosfera trash e atores canastrões em interpretações caricatas o filme tem aspecto de produção do canal Nickelodeon mas mesmo assim consegue ser extremamente criativo e a solução visual de deixar as sombras dos espectadores do cinema é um  indicativo disso. Mesmo nos créditos finais os três personagens continuam soltando suas piadas e a empatia gerada pela situação dos protagonistas torna tudo mais divertido pois acredito que todos  já passaram por essa situação. 

     Aproveitando a deixa, abaixo irei listar algumas traduções absurdas de títulos de filmes aqui no Brasil, além do já citado "O Filme Mais Idiota do Mundo, temos:

     Inception-A Inserção acabou se tornando "A Origem"
    Young Guns II-Jovens Pistoleiros II virou "Jovem Demais Para Morrer"     
    Shawshank Redemption- Redenção em Shawshank se tornou "Um Sonho de Liberdade"
    Shaun of the Dead- Shaun dos Mortos recebeu o nome de "Todo Mundo Quase Morto"
    Date Night ou A Noite do Encontro foi batizado como "Uma Noite Fora de Série".

     E por aí vai...

quarta-feira, 2 de março de 2011

Mais Piadas de Escritório


    Nos últimos anos se tornou uma prática comum em Hollywood e na tv dos EUA era criar uma versão americana para um grande sucesso estrangeiro. Foi o caso de filmes como o "O Chamado"( The Ring, 2003) que adaptou a história de terror do filme japonês "Ringu" e com diversas outras obras. É claro que as versões concebidas na América do Norte não possuem a mesma originalidade de suas fontes de inspiração e por vezes deturpam os conceitos das obras originais. Mesmo que seja impossível alcançar o patamar de qualidade dos produtos estrangeiros existem poucos casos em que o produto criado na terra do Tio Sam seja tão bom quanto o que lhe deu origem e também explore de maneira criativa outros aspectos que a história permite e esse é o caso da versão norte-americana de "THE OFFICE", série que está atualmente em sua 7ª temporada.
     Produzida por Rick Gervais e Stephen Merchant, os criadores da série inglesa, a série americana mantém os principais elementos que consolidaram o sucesso de "The Office", ou seja, a aparência de um documentário e as características gerais dos personagens principais; o chefe Michael Scott (Steve Carrel) é um idiota arrogante, tem o assistente chato chamado Dwight (Rainn Wilson), assistente esse que é alvo constante das gozações e pegadinhas dos colegas Jim(John Krasinski) e Pam (Jenna Fischer) casal que além de sacanear o colega mala, alimenta uma relação platônica. O que a diferencia "The Office US" de sua contraparte britânica é falta de sutileza e isso não é de modo algum um demérito.
     Mesmo que a estrutura seja a mesma da série original e algumas situações sejam iguais, na série americana tudo é mais espalhafatoso, mesmo que os bons atores americanos não tenham a mesma aparência de pessoas comuns que o elenco britânico possuí e os personagens por vezes beirem a caricatura os roteiros escritos de forma inteligente dão conta de compilar tudo em excelentes piadas que são caracterizadas por constrangimento e humor negro ao explorar o cotidiano dos funcionários da distribuidora de papel Dunder Mifflin.   
     Cada série se adequa ao público de seu país. Se a versão inglesa prioriza a introspecção e deixa muitas interpretações por conta do público a série americana vai por um caminho diferente mas sem abandonar as qualidades de sua "matriz" e o importante é que seja na terra da rainha ou nos EUA a marca "The Office" é sinônimo de humor bem feito algo que infelizmente muitos humoristas brasileiros parecem desconhecer.