Não se pode negar que inteligência e criatividade são indispensáveis para os profissionais da publicidade. A série "Mad Men", ambientada nos anos 60, explora esse universo sob a ótica de Don Draper (John Hamm) o principal publicitário da companhia Sterling Cooper. Logo no primeiro episódio, "Smoke Gets in your Eyes", já podemos vislumbar o que acredito serem as principais características da série: inteligência no roteiro, diálogos bem escritos, boas atuações e uma excelente reconstituição de época.
O mote do episódio piloto mostra Draper sem inspiração para criar uma nova campanha para a empresa de tabaco "Lucky Strike". Acossado por alarmantes dados sobre os danos causados pelos produtos fumígenos, cabe ao personagem criar um slogan mais poderoso que os temores alastrados pelo governo norte-americano e pela revista "Seleções do Reader's Digest". Outro destaque é a personagem Peggy Olson (Elisabeth Moss), nova secretária de Draper, em seu primeiro dia ela conduz o espectador pois descobre muito sobre o comportamento dos personagens e o funcionamento da empresa de propaganda.
"Mad Men" acerta em cheio na sua recriação de época, pois na Guerra Fria vender o "sonho americano" era essencial para o sistema capitalista e Draper sintetiza esse conceito pois mesmo sem acreditar em convenções sociais- "Amor é algo criado por caras como eu para vender meia-calça" diz a certa altura do episódio- ele é casado, tem dois filhos e uma casa no subúrbio, ou seja, é infeliz mas vive de aparências o que é essencial na sociedade conservadora na qual está inserido. Um ótimo começo pra uma série cheia de boas idéias e bem produzida, que prendeu minha atenção e me deixou ansioso pelos próximos episódios.
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