domingo, 8 de janeiro de 2012

American Horror Story


     Nos últimos anos a TV norte-americana vem dando mostras de que é capaz de criar um entretenimento mais inteligente e criativo que o cinema. Com as salas de cinema estão abarrotadas de filmes repetitivos e sem criatividade, séries como Mad Men, The Walking Dead e The Killing, somente para citar alguns exemplos, cativam o público com histórias inteligentes e bem desenvolvidas. A este seleto e  crescente grupo juntou-se no ano de 2011 a excelente American Horror Story, série de terror que aborda de maneira diferente um tema já desgastado pelo gênero: uma casa mal assombrada.
     Criada por Ryan Murphy e Brad Falchuk, os criadores de Nip/Tuck, American Horror Story conta nos 12 episódios de sua 1ª temporada a história da família Harmon que se muda para Los Angeles tentando recomeçar a vida depois que a esposa Vivien (Connie Britton) descobre a infidelidade de seu marido Ben ( Dylan McDermott) e junto com a filha Violet (Taissa Farmiga) o casal logo descobre que estranhos acontecimentos ocorreram na sua nova casa e começam a lidar com os mais inusitados, inoportunos e estranhos visitantes entre eles as vizinhas Addie (Jamie Brewer) e Constance (Jessica Lange), um homem deformado por queimaduras chamado Larry (Denis O'Hare) e a enigmática empregada Moira (interpretada pelas atrizes Alex Breckenridge e Frances Conroy).
     Desde a primeira vez que vi o poster de divulgação da série me interessei pois percebi o potencial da série na bizarra imagem que ilustra este post e depois de ver o episódio piloto tive certeza de que American Horror Story seria uma das melhores séries de 2011 pois era eficiente na criação do clima sombrio e caprichava nos sustos. Paralelamente a isso, a cada episódio a degradação da família Harmon e os muitos mistérios que surgiam  - o homem com roupa de borracha, a empregada que aparecia sexy e jovem para os homens mas velha e cega para as mulheres,etc. - formaram um painel que deu à série uma consistência que gerou  momentos inesquecíveis como a horrível descoberta feita por Violet.
     O mais bacana da primeira temporada foi juntar aos poucos as pistas que eram lançadas para a elucidação dos enigmas sobre o que ocorria naquela soturna residência, que serviu de cenário para mortes trágicas e morada para espíritos errantes, e a grande diferença foi a abordagem pessimista com que os fantasmas foram tratados pois se em filmes ou séries de terror o que se vê é que eles devem ser exorcizados para conseguirem a expiação em American Horror Story eles devem conviver com o fato de que estão mortos e aceitar sua condição talvez até a eternidade o que dá aos personagens um estofo mais dramático ao descobrirem sua condição de párias do mundo espiritual .
     Com a habitual competência para criar situações incomodas e roteiros bem desenvolvidos (claro nem todos os episódios foram excelentes e no final faltou um pouco de emoção) Ryan Murphy e Brad Falchuk criaram a série que foi o grande sucesso do canal FX e com a segunda temporada garantida, Murphy já declarou que o arco dos Harmon está encerrado e que posteriormente a série passará por mudanças que incluem um novo cenário e um elenco diferente. Acredito que essas mudanças irão garantir a renovação do interesse dos espectadores e impedir que a série se torne algo monótono, repetitivo e enfadonho com o passar do tempo.

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