terça-feira, 31 de agosto de 2010

905 Um Número, Uma Canção

     A canção "905" (aqui você encontra a letra e a tradução http://letras.terra.com.br/the-who/200053/traducao.html) escrita pelo baixista John Entwistle da banda THE WHO  em 1978, fazia parte de um projeto futurista que não foi concluído e tornou-se parte do disco "WHO ARE YOU".Nessa canção a vida era concebida artificialmente em um laboratório e controlada de acordo com a vontade e necessidade dos líderes dessa sociedade.
     Em nosso mundo, acredito eu,  a única diferença em relação a esta obra é a "frieza". Diariamente somos manipulados por corporações gananciosas e governos sem interesse em investir em um povo com educação de qualidade. Na canção o personagem 905 percebe que algo está errado e questiona sobre isso pois sente que essa vida artificial e reciclada é vazia e sem significado.
     Devemos assim como o personagem questionar tudo que está ao nosso redor, pois não podemos e não devemos ser apenas espectadores  do nosso cotidiano e almejar um estilo de vida longe de nossa realidade em nome de padrões sociais estabelecidos. Sendo assim "905" não é apenas um número, uma canção deve também ser um exemplo que nos leve à reflexão.

Californication










    Nunca uma série conseguiu captar tão bem o universo masculino como Californication, com seus roteiros inteligentes e realistas a série acompanha a vida Hanky Moody, interpretado pelo ator David Duchovny. Outrora um escritor de sucesso e atualmente relegado ao ostracismo o protagonista tem no seu conturbado dia-a-dia (regado a muitas drogas, bebidas e sexo) que lidar com as frustrações artísticas, a filha adolescente Becca (Madeleine Martin), a namorada e mãe de sua filha Karen (Natascha McElhone) e as cobranças do amigo e agente Charlie Runkle (Evan Handler).

     Nas 3 temporadas da série (a quarta está confirmada para 2011) o personagem passa pelas mais bizarras e hilariantes situações. Um dos pontos altos da trama foi quando Hank teve seu livro de maior sucesso "God Hate Us All"(Deus Odeia Todos Nós) adaptado para cinema sob o título ridículo "A Little Crazy Thing Call Love" (Uma Coisinha Louca Chamada Amor) e protagonizado pelo casal Tom Cruise e Katie Holmes. Em um flashback é mostrado o ator e produtor Tom Cruise alterando o texto , fato este que, de maneira crítica mostra as deturpações feitas pelos executivos em nome de filmes mais leves e lucrativos em detrimento do valor artístico das obras.Como forma de vingança Hank passa a ter um caso com a esposa do diretor do filme rendendo situações engraçadas com um humor ácido e crítico que nos mostra que as vezes a falta de escrúpulos dos personagens não tem limites.
     Californication é acima de tudo uma série adulta não apenas pelas cenas de nudez e consumo de drogas mas pelo modo como seus personagens enxergam o mundo, sem moralismos.São hedonistas e  realistas pois debatem os problemas da vida de modo racional sem deixar de lado suas emoções. No fundo é apenas a história de um homem que busca por caminhos , que em nome de um falso senso de moralismo muitos podem considerar tortuosos,  tudo aquilo que nós almejamos para nossas vidas que é a felicidade junto das pessoas que amamos. 

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Tommy, Can You Hear Me?


Lançado em 1969 o álbum "TOMMY" da banda inglesa THE WHO pode ser considerado um dos melhores discos de rock de todos os tempos e esse status se deve a diversos fatores.
    Trancados no estúdio por meses Pete Townshend  ( guitarra), Roger Daltrey (vocal) , John Entwistle (baixo) e Keith Moon (bateria) conseguiram se unir em prol de um ousado projeto composto por Townshend dando início a uma nova era de prosperidade da banda. Até então o The Who era marcado pelas desavenças internas e pelo poderio do guitarrista e compositor, porém para conceber o disco que é tema deste artigo a banda se uniu e o isolado vocalista ganhou a personalidade do personagem título tornando-se um elo poderoso entre banda e público.
     Na história o garoto Tommy Walker fica cego, surdo e mudo depois de presenciar um assassinato cometido por seus pais, com o passar do tempo  ele torna-se campeão de pinball e também uma espécie de messias. O desenvolvimento da obra é tão bem executado que o disco aborda em seu desenrolar vários temas como por exemplo a relação da sociedade e da religião, fazendo com que uma premissa simples se transforme numa peça crítica e inteligente através de uma história lisérgica e que na época chegou a ser chamada de idiota por alguns.
     O tema central da obra é inspirado no momento espiritual vivido por Townshend que na época era seguidor do guru indiano Meher Baba. Para o compositor Tommy eleva seu espírito a ponto de ganhar contornos messianicos pois sem enxergar, falar e ouvir o garoto atinge níveis de consciência puros que todo o materialismo do nosso mundo nos impedem de alcançar.
    Sempre visionário Townshend extrai de seus companheiros de banda performances fantásticas e após o lançamento desse disco a banda só iria crescer de qualidade pois sempre pensando em se superar o compositor e guitarrista continuou criando obras cada vez mais elaboradas.

Minha amiga Miss L.




Íris

Num verso breve
Na voz embargada
É da canção triste que se alimenta o sedento
Vivendo na penumbra de um limbo
Ainda que a tez de porcelana revele um rosto jovem
A íris turva carrega séculos

Miss L.


Atlântico

Amores muitos em solo firme
Frágeis como cristais
E um apenas cravado à alma
Vivido na leveza do vento
Concebido por palavras ao léu
Que atravessam um oceano
E aqui encontram seu destino

A busca incessante de bocas que nunca se tocaram
Bailando numa valsa guiada por braços que não são os seus
Os lábios esperam qualquer eternidade
Por um encontro
Por um amor
Separado na imensidão de um oceano

Miss L.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Quando Mais Significa Menos...

     Estamos no ano de 2010 e a tecnologia cada vez mais faz parte do cotidiano da pessoas. Recordo que na minha infância não havia tantas ferramentas tecnológicas como hoje em dia, isso demonstra um grande salto tecnológico visto que tenho  apenas 25 anos. Porém nem toda tecnologia é bem utilizada sobretudo pelos adolescentes desse novo século que se iniciou ha 10 anos.
     Há 10 anos atrás fazer um trabalho escolar demandava um certo esforço que tinha por consequência um bom aprendizado , uma vez que, para a concepção desses trabalhos era necessário que fossem realizadas pesquisas das quais as conclusões resultavam no material que era entregue às professoras.
     Pois bem, com o advento da expansão da Internet e consequentemente de ferramentas mais sofisticadas de pesquisas pode-se notar que ao invés de melhoras em todo o processo de aquisição de informação o que existe é exatamente o oposto. Um adolescente usa técnicas que facilitam seu trabalho ( por exemplo ctrl+c - ctrl+V ) e perde um precioso tempo , que poderia render uma boa pesquisa, vendo bobagens na Internet e idolatrando produtos ridículos que a mídia nos empurra goela abaixo ( Restart, NX Zero, Cine etc.) o que resulta em trabalhos "frios" ( denominação usada por uma antiga professora minha) e sem o cuidado e atenção necessários.
     Enfim o que concluo é que mesmo com boas tecnologias a disposição parece que isso tem o efeito inverso e ao invés de melhorar o nível intelectual das pessoas tem o efeito contrário o que me faz deduzir que quando se trata de tecnologia nesse caso especifico mais pode significar menos.

1ª Colaboração

     O texto abaixo foi escrito por uma pessoa que sequer conheço pessoalmente.Trata-se de uma amiga virtual que prefere usar o codinome de Miss L. Ela vive em Belo Horizonte-MG e assim como eu é formada em História. Pedi uma colaboração para que ela pudesse mostrar um pouco de seu trabalho e fui prontamente atendido portanto agradeço e espero que apreciem o texto.

Na trilha com Cazuza

Me sinto um maior abandonado, posso ser exagerado, mas faz parte do meu show.
Procuro uma ideologia ou seria um trem para as estrelas ?!
Me perco nesse paradoxo e fico a beira de um desastre mental e nada sinto senão down em mim.
Me escondo num codinome Beija Flor  na tentativa de esquecer a dor.
Deveria eu cantar o Blues da Piedade?!
Em busca de boas novas nada encontro além de uma vida louca vida.
Mas alguém já dizia que o tempo não pára , então vou eu completamente blue vagar por aí e quem sabe não encontre um heavy Love...
Ainda que o nosso amor a gente inventa pra se distrair, não importa.
Em algum momento pro dia nascer feliz, é só se for a dois e com todo amor que houver nessa vida.


Miss L.  

Macbeth

    
     É inquestionável a importância de William Shakespeare para a literatura mundial. Com seu texto poético e detalhista o autor inglês  sempre criou histórias ricas em seus contextos políticos  e sobretudo possuía uma grande habilidade para fazer em  suas obras análises sobre o comportamento humano. Em “Romeu e Julieta” Shakespeare mostrou os obstáculos que podem ser superados em nome de um amor proibido e que este amor pode levar a atitudes extremas. Já em “Otelo , O Mouro de Veneza” o autor criou uma história onde é possível ver as conseqüências dos atos de pessoas movidas pela inveja ( representada pelo personagem Iago) e que tais conseqüências podem ser trágicas.
            Aliás, as tragédias eram uma especialidade do autor , além das supracitadas obras, Shakespeare concebeu nos anos de 1605 e 1606 uma de suas mais interessantes peças originalmente intitulada  “The Tragedy of  Macbeth” ou simplesmente “Macbeth”. A peça conta a história do general escocês  Macbeth , que em virtude da previsão de três bruxas (as Parcas , senhoras do destino)  de que em breve se tornaria barão de Cawdor e logo após  rei  e da ambição de sua esposa , arquiteta e executa um plano para matar o rei Duncan  , e assim , tomar o poder na Escócia dando início a um reinado opressor e sangrento . Além da ambição que move os principais acontecimentos da história o autor aborda outros aspectos  humanos de maneira contundente e crítica , sobretudo ao tratar dos nobres e dos governantes. Em Macbeth, Shakespeare também incluiu pensamentos sobre vários assuntos e os que mais me chamaram a atenção foram o conceito de herói e de assassino , remorso e o uso do poder em beneficio próprio.
             Ao planejar o assassinato do rei e também seu primo Duncan , Macbeth, um bravo general, hesita em suas intenções por ter com a vítima de seu intento uma relação de amizade. Em batalha, eram  incontáveis os homens de quem Macbeth foi algoz e para matar apenas um , sua consciência o questiona.Este pensamento assola  Macbeth e gera tanto nele quanto em sua esposa ( cúmplice do assassinato )  um remorso que os leva à insanidade gerando visões de fantasmas  e a impressão de que as mãos estão sempre sujas de sangue.
            Outro fator interessante da peça é a concepção de poder de personagens como o próprio Macbeth e Malcolm ( filho do rei Duncan , sobre quem recaíram as suspeitas do assassinato do rei , e que almeja retomar o trono que lhe é  de direito) . Enquanto Macbeth governa matando quem lhe for inconveniente , não poupando nem os filhos pequenos de seus adversários políticos ( um dos trechos mais chocantes do livro  ) , o próprio  Malcolm admite que não possui  as virtudes necessárias para ser um rei justo , que seus defeitos são piores que os do usurpador e que o trono lhe proporcionaria satisfação de seus desejos.





            Pelos fatores acima citados ( e que achei mais interessantes ) “Macbeth” é , apesar de seu texto por vezes complicado, uma grande obra. Por se tratar de uma peça e possuir apenas os diálogos e marcações de cena para a encenação , estimula ainda mais a imaginação do leitor. Em suas ricas observações sobre a mente humana , Shakespeare criou uma história cheia de reviravoltas ,fatores sobrenaturais ( que são determinantes  para o desenrolar  dos fatos mais relevantes da história) traições , batalhas e conflitos psicológicos. O autor inseriu nesta obra elementos aparentemente distintos , mas soube combina-los com habilidade e por possuir uma excelente escrita resulta em uma obra que mostra o quanto a ambição pode deteriorar os princípios de um homem e levá-lo à ruína total mesmo que ele seja um rei.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

CULTURA

CULTURA, s.f. Desenvolvimento intelectual; saber; utilização industrial de certos produtos naturais; instituições, costumes e valores de uma sociedade; cultivo.

     A definição do dicionário nos ajuda a compreender, mesmo que de maneira superficial, a abrangência do termo "cultura" e todas as suas interpretações. Mas afinal, o que é cultura?
     Muitas vezes somos testemunhas de situações em que as pessoas afirmam com veemência: "É uma pessoa sem cultura" ou "Que coisa esquisita" (referindo-se a hábitos e costumes de outros países). Tais afirmações, expressam um forte preconceito por julgar inferior ou "estranho" alguém ou algum hábito. Geralmente, e creio que isso faça parte da natureza humana, uma pessoa julga-se melhor que as demais por comer caviar, dirigir um carro importado, viver em uma mansão, frequentar a ópera, cursar escolas caras etc.Tudo isso decorre de um padrão de vida convencionado pelo capitalismo, ou seja, quem não pratica estes mesmos atos são seres "inferiores" e "ignorantes".
     Encontram-se nas supracitadas afirmações grandes erros de julgamento pois cada pessoa, cada povo, tem sua "cultura" ou seja sua maneira de enxergar os fatos da vida e se relacionar com o mundo e todos estão dia a dia aprendendo coisas novas.Tudo depende da maneira como os fatos são apresentados e é extremamente importante que antes de julgarmos devemos no mínimo tentar compreender o que é diferente em cada pessoa, em cada povo.
     Vale ressaltar que a falta de compreensão que é oriunda de julgamentos preconceituosos gera a intolerância e a intolerância é sempre prejudicial para a convivência entre os seres humanos, seja ela em decorrência da religião, etnia, raça etc.
     O importante é aprender que todo ser humano tem sua cultura e essa deve ser respeitada pois nenhuma cultura é melhor ou pior que a outra elas são apenas diferentes.